domingo, junho 25, 2006

hoje escrevo

Pinto. Também gosto de escrever. A minha escrita normalmente não serve para nada, simples exercício mental. Descarrego assim palavras, coisas que me vão ocorrendo no cérebro. Não quero transmitir nada a ninguém. Quem quiser lê, mas desde já está avisado: isto não lhe vai trazer nada de novo à sua vida! ehehehehhe Ao pintar gosto de passar algo: alegria, boa disposição, coisas verdadeiras, sentimentos genuínos que me encharcam o corpo e a alma sempre que pincelo em cada tela. Ao escrever gosto de passar a sensação de nada, de vazio. Escrevo porque acho piada singular às letras, às palavras, coisas tão complexas que nos espelham perante as pessoas, mesmo que esse espelho seja opaco, nublado. No final tudo é simples: tudo se resume a ser, a existir. As palavras existem, isso chega. O que nos dizem não interessa, só interferem no sentido de deixarmos interferir aquilo que nos interessa. Com as imagens algo de semelhante acontece, no entanto, nas imagens há algo que não se pode esconder ou dissimular: aquilo que é está ali, nu e cru e a cores. As palavras essas já são a preto, normalmente, podemos falar e não dizer (ou melhor, escrever), e não se chegar a nada. Ambiguidade.
Dualidade.
Aquilo que é pode não ser.
Aquilo que é pode ser.
E assim termino, vou pintar, é melhor.

Sem comentários: